Viver em um mundo irreverente e carente por vezes nos remete à solidão da ausência de quem nos guie e seja digno de endereçar as inquietações de nosso espírito, especialmente quando entre humanos é raro encontrar quem esteja à altura da responsabilidade da orientação. Por todas as partes falsos profetas sendo nutridos por nossas carências e distorções, que em vez de rasgar o véu de nossa ilusão, colocam através de seus polêmicos atos ainda mais cegueira em nossos olhos. Procuramos exemplos e inspiração sem encontrar encarnação do bem nas massas, que vai furtivo e anônimo em tantos de nós que vivem humildes na bem aventurança da boa fé.

Estes escritos, embora tentem conscientizar nossa espécie da grandeza – mesmo espiritual – dos animais, também têm o intento de resgatar a nossa humanidade. Nossa consciência. Isto se formos reverentes para aprender no silêncio de quem não fala nossa língua, mas a do amor. Se formos capazes de nos entregarmos ao que ensina quem despretensiosamente é professor. Se encontrarmos, soterrada em nossa mente alvoroçada por pensamentos, a serenidade que a compaixão oferece ao coração de quem enxerga o outro – seja ele quem for! Então não mais nos sentiremos sozinhos e teremos mesmo nas irmãs pedras caladas no caminho, proficientes meditadoras alimentando nosso foco no caminho ao cardíaco. E notaremos, como quem vive uma epifania, que as revelações que buscamos como orientadoras nos podem ser transmitidas por toda criação – especialmente através daqueles que não se separaram do divino que em todos é, como Mestres Animais, mas que não em todos manifesta. Professores a cada passo, não por terem surgido abruptamente, mas por os termos notado.

Que as palavras neste livro não meramente façam perceber a grandiosidade dos animais, mas através do que você puder aprender e praticar dos ensinamentos deles, seja você revelado em grandeza.